24 de nov. de 2008

23 de nov. de 2008

Dharma

Dharma

Shhhhhhhhh!
Apenas ouça.....
tum-tum tum-tum tum-tum

AVR AVL AVF V1 V2 V3 V4 V5 V6
todos os eletrodos, qual procissão!
é a guerra! a guerra em mim, confusão!

S/A marcapasso
A/V sigo no passo

Agora imagine.....
se os hippies tivessem a internet,
seria a verdadeira revolução!

mas nós podemos! Sim!
Temos tudo que precisamos
internet, pensamento, ação!
e nessas horas não precisamos de paz

-Estamos prontos!
-Rufem os tambores!

Shhhhhhhh...
Apenas ouça...
A procissão de cítaras está tomando a cidade

Agora veja...
toda a miséria virou passado
agora tudo são flores e sorrisos
Liberdade! Libertinagem!

Proclamemos o fim do Positivismo ridículo
Ordem? Progresso? Quae sera tamem
aqueles poucos que se acham muito,
utilizam um pobre povo pobre em suas mesquinharias.

O que o homem se entitula não é de valor algum,
título algum é capaz de retornar o homem do pó vermificado.

Tampouco suas palavras, pois do mesmo modo,
não tomam o caminho da volta.
Mas são poderosas e extremamente voláteis quando ditas por um alguém sem paz:
brincam, riem, satirizam, tiranizam, revolucionam.
(é que elas tem um poder secreto, o de mover mentes e gentes).

O que está feito está feito.
E o que foi dito também.
Dito e feito? Nem sempre,
estávamos apenas imaginando....

Shhhhhhhhhiva!
Shhhhhhhhhhit!
Precisamos de algo que nos tire desta crise de valores morais, dessa escassez de boa música, boas influências, bons pensadores e pensamentos. Tudo de que necessitamos para nos inspirar está no passado! Todos possuem uma frase preferida de Fernando Pessoa ou de Camões ou de Shakespeare, mas será que agem de acordo com suas frases próprias? Parecem tão incondizentes e inconsistentes. E quem é o grande ídolo deste século que já vai para o fim de seu primeiro decênio? Será quem vende mais best-sellers?
Voltarei aos meus pensamentos e memórias,
aos meus bons livros amarelados
e vou procurar nas páginas amarelas o telefone de um psicólogo.
já é quase dezembro, está chegando a hora de fazer resoluções de fim de ano...

(quanto a este texto, nao sei onde termina...nem como acabará. com certeza será acabado, pois um dia morrerei e depois disso, do mundo e de sua sociedade não saberei ou escreverei mais nada)

.[Cla Cavalin].

"Darma ou Dharma significa 'Lei Natural' ou 'Realidade'. Com respeito ao seu significado espiritual, pode ser considerado como o 'Caminho para a Verdade Superior'. O darma é a base das filosofias, crenças e práticas que se originaram na Índia. O darma também se refere aos ensinamentos e doutrinas de diversos fundadores de tradições, como Siddhartha Gautama no budismo e Mahavira no jainismo. Como doutrina moral sobre os direitos e deveres de cada um, o Dharma se refere geralmente ao exercício de uma tarefa espiritual, mas também significa ordem social, conduta reta ou, simplesmente, virtude. Para algumas seitas e alguns pensadores, o darma também pode ser interpretado como ações virtuosas feitas tanto em vidas passadas (encarnação anteriores), como na vida atual, e irá receber tudo de novo do universo também com boas ações, assim como o carma pode ser considerado uma consequência ruim que se teve, tem ou terá, sendo consequências de todas as ações ruins que se teve, também nessa ou em vidas passadas." (Wikipédia - provavelmente, meu ídolo deste século).

19 de jul. de 2008

Ao recém-chegado

Não peço que me entendas, apenas que compreenda.
Ao menos tente.
Exijo a compreensão conveniente à nossa convivência,
exijo a compreensão total à minha liberdade. Nossa.
Não te acanhes. Isto é mera formalidade.
Tenho um bom pressentimento, acho que podemos ser amigos.
Então, seja bem-vindo.

.[Cla Cavalin].

Exaustão

= um poema narrativo, uma prosopoesia =

Então, no meio desta sala vazia, algo ousa irromper a noite vazia deste dia [vazio, frio...
Então, todo esse silêncio rompe uma brecha no tempo.
Então, finalmente a mente se permite! e se esvazia: (estaria tão somente [tentando reorganizar-se?)
.
.
.
(reticências enfáticas)

É que a vida, para sentir-se vida, deve existir;
pois senão, é meramente tempo.
não que seja uma questão totalmente fora de mérito, mas...esvaziando-[se ; também de divagações acerca das pseudofilosofias superficiais do [[velho Sêneca,
encontra-se aí um grande paradoxo.

É que às vezes o tempo toma as rédeas da vida,
de modo que a vida transcorra tão veloz que não nos dê tempo
para nos darmos conta e tomar (conta?) das rédeas (da vida) (?) (,) (do [tempo) (?)

É que a vida é mesmo assim complicada, embora esta seja uma palavra [tão simples. (encontra-se aí um grande paradoxo) (?)
Avidasempreemboladanotempo.
Será possível viver o tempo?
Será possível ter tempo na vida?

É que se vida é vida e tempo é tempo,
como é que vidaviratempo e tempoviravida?
Nesse meio tempo, para onde vão os sonhos?
Será que têm meia-vida?

É que os quês não devem ser confundidos com por quês;
por mais que possam parecer justificativas,
é que aquele paradoxo só veio aumentar a confusão
que já havia se instaurado há algum tempo...ou vida, quem vai saber o que [é tempo e o que é vida?

Talvez seja pretensão, ou apenas coincidência,
confusão rimar com turbilhão.
de qualquer forma, em ambos misturam-se
a impotência, a dúvida, a mágoa, a intempestividade.

Então, frente a ti, aí está o corpo cansado que carrega a mente vazia (que [por sua vez esvaziou-se durante toda a noite vazia do dia vazio, frio...), [[bate à tua porta.
Que vais fazer? Que pensarás? Certamente os quês não trarão respostas, mas iniciarão os que-stionamentos.

Então, procuras o tom ameno.
Que as palavras mal ditas
podem ser mal ouvidas
e tornarem-se, então, palavras malditas.

.[Cla Cavalin].

d--b ouvindo minha prima maluca, altas horas da madrugada

Poema cíclico dos amantes eternos

//para o meu amor, todo o meu amor//

Se queres saber se ainda te amo como outrora, chega à tua janela
e verás que o sol ainda brilha lá fora (e também aqui dentro).
Ao andar pelas ruas, sentirás ainda a brisa que te toca suavemente a pele,
que ainda brinca deliciosamente em meio aos cabelos teus.

Quando estivermos em sintonia, perceberás, assim como eu,
que os sentidos se misturam à paisagem da hora.
Sentirás na brisa, no tocar do raio de sol, nos barulhos do ambiente,
estarei lá também a dar-lhe carícias, beijos e risos (como sempre).

Voltando à casa, banha-te do luar.
Nele estarei para trazer bons sonhos a ti.
E no dia seguinte, convidar-te-ei para outro passeio,
pois sigo te amando, bem como seguia, bem como (seguramente) seguirei.

.[Cla Cavalin].

d^^b Ella Fitzgerald ---

19 de mai. de 2008

SAMBINHA

.:SAMBINHA:.

"em todo o samba resiste, existe algo de triste, algo de feliz..."

Um dia ela chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-o dum jeito muito mais cansado do que sempre costumava olhar
E não cantou a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-o calar, pra seu grande espanto, calou-se.

Então ela quebrou o rumo da valsinha e resolveu sambar.
Tudo parecia bem e as rimas bem-casadas, é que algo deu a desandar.
Que não há como cantar o sempre nessa vida
A não ser pelo sempre de o amar.

E como nunca fora muito boa com os sonetos, deixou rodar;
Trinco na porta, saudade no peito, seu passinho elementar.
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar

E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
O mundo compreendeu a vida, que é
O samba, sua vida triste e feliz, bem rimadas na nossa valsinha, na nossa vidinha...

E o dia amanheceu
Em paz...

.[Cla Cavalin].

d-.-b Alain Peters, Mart'nália, maloyas, sempás, creoles...

SAUDADE...

Sobre forma, essência e essencial

...de escrever no blog...
...de tocar guitarra até de madrugada...
...de certas pessoas especiais...
...e das poesias especiais que carregavam consigo...
...do meu amor...
...do cão e todos os bichinhos...
...de como a vida era...
...do medo que dava "amadurecer"...
...do riso gostoso da criança...
...e de seus olhos sagrados...
...do cheiro gostoso do violão novo...
...da alma branca...
...e suave...
...saudades do que foi e do que é...
...saudades de quem eu fui...
...e de quem eu serei;

porque esta casca do agora é quebradiça, já se estilhaçou e está por se estilhaçar, a cada instante, seguido de outro, e de outro, e de outro...

esta casca não me apraze; é nela que percebo as rachaduras e imperfeições, e frustro, e choro, e desespero, e calo, e dôo. Por hora.

próxima hora já será outra a se estilhaçar; afinal, não é como dizem? tudo na vida é passageiro...

mas a noz...a noz será sempre a mesma...

.[Cla Cavalin].

d-.-b Chico, Engenheiros

24 de mar. de 2008

Foi só o tempo que errou(?)

- Que tem demais 8, 18, 28?
- Tenho idade para ser seu pai!
- Mas não é!
-... Deixe de ser cabeça dura, você sabe que não é só isso!
- Então é também aquela conversa de que sou imatura, boba, de que não sei do "amor dos adultos"?
- Não, você não está me entendendo... É que não vejo aonde poderíamos ir algum dia...
- A gente pode ir ao cinema...
- (Desconcertado) Quem sabe daqui a alguns anos, as coisas mudam...
- (Ironica, como niguém melhor o sabe ser!) É acho que entendo o que você quis me dizer, mas existem tantas coisas...
- ! (Cara de pastel, como poucos conseguem mais o ser)
- Sabe, achava que não tínhamos problema nenhum, mas agora eu vejo um problema sim.. Você é adulto demais, procura cabelos demais nas cascas dos ovos e pior, acredita realmente tê-los achado!
- Não é...(Interrompido, ora, cale-se de uma vez!)
- Mas quem sabe daqui a alguns anos, as coisas mudam (as pessoas, nem tanto). E não quero esse amor contido e mesquinho de vossa sensatez bem-crescida. Nunca vi gente que se diz responsável e foge de "compromisso". Oh, sim, agora vejo...
- Adorei o seu texto.
- De nada, é seu. Afinal, foi você quem me provocou essas palavras impedidas. Quem sabe um dia, talvez daqui a alguns anos, esse diálogo finalmente aconteça...
- Duvido, daqui em diante é tudo prisão.
.[Cla Cavalin].

d- -b Legião Urbana (A cruz e a espada, vento no litoral, quando o sol bater na janela do teu quarto, monte castelo)

21 de fev. de 2008

Quase um Zzzumbi..

O quê? Ainda estamos na segunda semana de aula? Parece que já passou um mês! Cara...preciso meeeesmo dormir hahahah
vim postar umazinha que gosto muito, nao tenho escrito por "falta de tempo" (na verdade, tenho tempo, mas o cansaço tá maior que a poesia no momento XD)

GAVETA DOS GUARDADOS

A memória é a gaveta dos guardados. Nós somos o que somos, não o que virtualmente seriamos capazes de ser.
Minha bagagem são os meus sonhos. Fui o poeta das ruas, das vielas silenciosas do Rio, antes que se tornasse uma cidade assolada pela violência. Sempre fui ligado à terra, ao meu pátio.
No Rio Grande do Sul estou no colo da mãe. Creio que minha fase atual, neste momento, em 1993, reflete a eterna solidão do homem.
A obra só se completa e vive quando expressa. Nos meus quadros, o ontem se faz presente no agora. Lanço-me na pintura e na vida por inteiro, como um mergulhador na água. A arte é também história. E expressa a nossa humanidade. A arte é intemporal, embora guarde a fisionomia de cada época. Conheci em Paris um escultor brasileiro, bolsista, que não freqüentava museus para não perder a personalidade, esquecendo que só se perde o que se tem.
A memória é a gaveta dos guardados, repito para sublinhar. O clima dos meus quadros vem da solidão da campanha, do campo, onde fui guri e adolescente. Na velhice perde-se a nitidez da visão e se aguça a do espírito.
A memória pertence ao passado. É um registro. Sempre que a evocamos, se faz presente, mas permanece intocável, como um sonho. A percepção do real tem a concreteza, a realidade física, tangível. Mas como os instantes se sucedem feito os tique-taques do relógio, eles vão se transformando em passado, em memória, e isso é tão inaferrável como um instante nos confins do tempo.
Escrever pode ser, ou é, a necessidade de tocar a realidade que é a única segurança de nosso estar no mundo – o existir. É difícil, se não impossível, precisar quando as coisas começam dentro de nós.
A vida dói... Para mim o tempo de fazer perguntas passou. Penso numa grande tela que se abre, que me oferece intocada, virgem. A matéria também sonha. Procuro a alma das coisas. Nos meus quadros o ontem se faz presente no agora. A criação é um desdobramento continuo, em uníssono com a vida. O auto-retrato do pintor é pergunta que ele faz a si mesmo, e a resposta também é interrogação. A verdade da obra de arte é a expressão que ela nos transmite. Nada mais do que isso!


[Iberê Camargo]
d- -b Falco (um cantor nada brega da déc. 80 rs...)

28 de jan. de 2008

Mãos ao alto

"Que isso hem, vai ser gostosa assim lá na minha cama!" Um beijo e uma lambida foi seu modo de dizer "Foi mal aí, colega, tô vazando".
Lágrima única. Ela não saberia explicar...medo, angústia, desprezo.
Passageiros entravam e saíam do ônibus. Ela, estática. Muitas pessoas e prédios passavam na janela do ônibus. Ela, estática. Muitos sentimentos diferentes passavam dentro de si (talvez muitos demais). Ela, ainda assim, estática.
"Moça, ponto final". Palavras certas. Tomou a decisão e saiu de vez dali. Já não se importava com as horas, com a saia curta, com os becos escuros no caminho de casa. Casa...
Será que está bêbada, será que está bem? Para ela, e para todos, a vida continua. Sem lágrima. Sem bala. Sem piedade. (Nós escravos da vida, a vida escrava do tempo).
E se ele chegasse a matá-la? Nunca saberia o quão doce, o quão nobre era aquela menina e, mesmo assim, tão modesta...
Modéstia; talvez fosse isso que a tornasse tão desinteressante. "Por que nunca sei a hora certa de dizer 'eu te amo', ou mesmo 'eu me amo'? "
Já era o quinto episódio de violência. Não entendia como poderia ser "alvo" constante, uma presa tão fácil...
Como se você não soubesse, puxou-lhe, a mãe pela cintura. Olhe-se no espelho. Era seu próprio reflexo; ela se reconhecia.Você acha que todas as garotas que andam na rua são lolitas de olhos azuis?
Isso lhe pareceu óbvio. Logo, era um motivo.
Sim, mãe, acho que entendo. E agora, que fazer?
A mãe saiu do quarto. Deixou a porta aberta.
Deixou ambas porta e pergunta abertas.
.[Cla Cavalin].

*** A vida não é bela; é uma puta. Mas, apesar de tudo, não é que ela é bonitinha? Sorria, você estã sendo assaltada.
d- -b Gentle Giant d- -b

Ponto Final.

...Gota a gota, a gota final
Já faz mais de um ano
O nosso último carnaval
...

Um par de pálpebras

Em viver-me as próprias angústias,
Acabo caindo sempre nos teus laços.
Se aquele amor ainda vive e fraqueja,
para que ostentar tamanha indiferença?

Acreditando em tuas palavras breves,
Segura de que há ainda meios para amar.
Se aquele beijo permanece em suspenso,
Tanto faz, já não te posso ter aos braços.

Mas a distância entre minha palavra e teu silêncio
Cabe no intervalo destas lágrimas secas.
Se posso fechar os olhos para ver-te,
É que, apesar de tudo, ainda não te me separastes.

.[Cla Cavalin].

d- -b Los Hermanos "todo carnaval tem seu fim"

27 de jan. de 2008

Soneto do Desenredo

Dois amantes errantes
No mar desesperado
Certos de estarem fazendo
tudo errado.

Dois amantes
errantes
Sem precedentes
Afloram da boca pra fora
Glórias feridas e contentes.

Dois amantes errantes
À mérito de sua dor,
Resvalam aos sonhos de antes.

Apenas dois amantes errantes
Que o destino fez por bem separar
Que o tempo há de conciliar.

Em que distancia cabe a nossa saudade?

.[Cla Cavalin].

25 de jan. de 2008

Hoje é meu aniversário!




Hoje é meu aniversário... Que delícia!
"Outra noite Teodora
teve um sonho inteligente
em que alguém lhe dizia:
Minha amiga tenha em mente
que o espírito em liberdade
pensa muito diferente.

(...)O corpo tira do espírito
o poder de locomoção
ofusca-lhe o pensamento,
reduz a sua visão,
limita o seu horizonte
e a liberdade de ação.
Sua encarnação presente
veio lhe oferecer
a rara oportunidade
para você entender
o que já fez no passado
e o que deixou de fazer.

Os erros e os acertos
cometidos no passado
serão sempre muito úteis
para o seu aprendizado
seu caminho doravante
será sempre iluminado.

(...)Envolvia Teodora
silenciosa alegria,
sensação que idioma
algum do mundo teria
palavra que traduzisse
a emoção que sentia.

(...)A nossa vida é composta
de epopéias seguidas
cada uma é um capítulo
duma sucessão de vidas
nas nossas idas e vindas,
nas nossas vindas e idas."
.[Gonçalo Ferreira da Silva, in Teodora e o Império Bizantino].
visite a Academia Brasileira de Cordel>>>www.ablc.com.br
***Hoje, mais do que nunca, estou me sentindo tão cheia de paz; muito obrigada a todos vocês, são tudo que eu preciso na vida pra ser feliz *** These are the days of our lives...
d^^b Queen d^^b

Nada (im)pessoal

É sempre bom lembrar que um co(r)po vazio está cheio de ar...
- Minha filha, por que você faz assado e não assim?
- Cla, por que tudo seu é diferente?
- Cavalin, tá parecendo uma cult!
Acho engraçado esse tipo de conversa no meu dia-a-dia; fico pensando como posso ser tão diferente assim..
Todo ser humano é triblástico, celomado,deuterostomado, 2 ouvidos e uma boca, eu, você e o resto da torcida do Fla. Pode haver coisa mais padronizada que isso?
Se o argumento de defesa é que não sigo a tal "padronização cultural", há que se levar em conta que, na verdade, o indivíduo é uma instituição falida. Mesmo que façamos parte de um conjunto social, somos mísero grão de areia. O que eu posso significar para o mundo? Eu não sou nada. Ninguém não é e nunca foi nada.
Não existem indivíduos. Existem individualidades - cor de cabelo, digitais, (ir)racionalidade; e existem individualismos. Mais que isso, coexistem. Mas isso não define uma sociedade. Acredito que esta seja limitada por uma série de convenções, algumas permanentes, outras compõem as diferentes "gerações".
Chega, para terminar essa conversa, só mesmo num buteco. Alguém interessado?
.[Cla Cavalin].

"I am what I am. So what?" .[Freddie Mercury].

Andança

5 km a pé rendem muitas idéias.
Assim como tem dias em que preciiiiiso escrever, tem dias nos quais preciiiiiso andar; me livrar de algumas preocupações, angústias,comprar uma bobagenzinha no camelô, tomar água de côco.
Curioso é que o andar me estimula o pensar e, dessas idas e vindas, sempre acabo escrevendo em alguma livraria.
Fluxo de sangue, fluxo de pensamento;
Automatismo mecânico, automatismo psíquico
Levem-me para aonde for.
Hoje não tenho hora, hoje sou só pro meu amor.
Por onde for, quero ser seu par...
Ainda estou na idade de deixar acontecer...
E o que é o envelhecer senão um longo anoitecer?
E o que é o renascer senão mais um amanhecer?
Então, deixa o mundo rolar solto,
tenho meu próprio tempo, deixa o tempo a seu tempo.
Exercitar o corpo está intimamente ligado a exercitar a mente. Afinal, ambos convivem numa mesma estrutura.
Do mesmo modo, exercitar a medicina está intimamente ligado a exercitar as letras. Afinal, ambos convivem na mesma minha estrutura.
Basta naturalidade. Basta não temer ao descobrir-se, dia após dia, cada dia um pouco mais. Aliás, não há por que temer quando há a coragem para reinventar-se.
No entanto, se não há nem isso, não há nada. Nonada é um grande sertão. (densamente habitado).

.[Cla Cavalin].

d- -b Elis

Indignação

IN
DI
GN

ÃO

Aquela rua, olha! Mais uma!
Os prédios estão invadindo a minha cidade!
Em cada esquina, em cada praça
Erguem seus esqueletos inorgânicos
de aço e ferrugem.
A mangueira, arrancaram a mangueira
a mangueira do nosso amor...

Saudade triste derramada
sobre esse concreto indiscreto.
(e espaçoso!)

.[Cla Cavalin].

Prazer, Cla Miranda

Fui à Santa Teresa. Disseram que voltei europeizada. Croché, sandalia de pano, colar de miçanga. Será que é gringa? Comprei o jornal e sentei na escada da Carioca. Ih-a-lá, a gringa tá lendo o Globo! O muleque, coitado, tentou me assaltar... só carrego papai e um chiclete velho no bolso e mamãe no coração. (Quem será o próximo a me roubar o coração?) Se ser gringo significa dar valor à cultura brasileira, mais do que à estadunidense, diga-se de passagem, sou gringa convicta.
Por outro lado, embora seja compreensível, é no mínimo inaceitável que a maioria dos brasileiros sequer conheça os cantinhos de suas origens; porque o que somos hoje é também o país que deixamos pra trás, deixamos de lado, deixamos de fora (exceto na época do carnaval, da copa, mas essa já é outra conversa...)
Não somos obrigados a gostar do país, mas temos sim a obrigação de conhecê-lo. Não com o culto ufanista-neo-nazista; mas o ceticismo crítico dessa bruzundanga. Brasileira-gringa de crochê e jornal debaixo do braço. Ordem e Progresso, Anauê! Fora, Lula!
.[Cla Cavalin].

18 de jan. de 2008

Consolo na praia

"Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...Dorme, meu filho."

.[Drummond].
http://www.memoriaviva.com.br/drummond/index2.htm

A novidade

Com licença poética, sim, o texto de hoje é um diariozinho, umazinha reflexãozinha só(zinha)...
O portão de embarque fechou. Mãe, e agora? Vamos pra casa, ué. Toda a naturalidade, o velho estacionamento do Galeão, a mesma Linha Amarela de sempre, o céu de sempre, só um pouco desbotado.
Em casa, passei a chave, fechei a porta, abri o blog... agora volta tudo ao normal...queria que o normal fosse diferente..ops, resolução de fim-de-ano: não usar futuro do pretérito...quero que o normal seja diferente, então o faço.
Pego o copo sólido, exato, ambas as mãos...sinto que o tenho em domínio completo, e que seu futuro é mera consequência de minhas vontades. Estilhaçá-lo, Preencher seu conteúdo oco com alguma substância até que comple, complet, complete a asfixia, transbordarrr.
Sinto minha vida exata dentro do copo exato; e o copo exato, guiado pelas mãos de alguém inexato e, por isso, o resultado final é minha vida inexata.
Aonde esse alguém quer chegar? Leva-me onde quero chegar, por favor? (Aonde quero chegar?)
Quem será?
Alguns o chamam destino, outros o chamam Deus; mas, por enquanto, pelo menos por enquanto, prefiro acreditar que sou eu quem detém as mãos fechadas, e levo o copo ao peito, à boca, mato a sede. Tenho uma vida em branco, e um copo em cima da mesa; e essas pernas, que o chamam acaso, que fazem a vida inexata ser perceptível e praticável.
Enfim, sinto saudades, alegria e o chão sob meus pés.
[Cla Cavalin]

d- -b Amos Lee "Colors"

6 de jan. de 2008

E agora, Lula josé?

Estou puta. Muito puta. Estou política.
Para uns, estou chata. Para outros, estou revirando túmulos, redespertando passados alheios, desconfigurando um sistema...
Estou, acima de tudo, sentada em uma cadeira frente ao computador, sentada frente ao mundo; embora sentada, fervilho por dentro...
Até quando?
Temos muitos direitos a exigir; Não temos o direito de permanecermos sentados. Não temos o direito de achar natural um governo se utilizar do povo em benefício próprio. Não temos direito a nada se não há respeito.
Vossa excelência, só mais um silva que a estrela não brilha.
Até quando?
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www.olhofixo.blogspot.com