30 de set. de 2007

E/&/e

Eternidade e Efemeridade
...
(Cla Cavalin)

Eterno e terno

Sua pele texturizada
De sonho
que te vive
e torna plena
linda pessoalidade

que flutua
e me viciam
de fluidez
dois olhos grandes
em esmeralda

qual possuis
quão possuo
que assim seja.


[Cla Cavalin]

Queria poder escrever um pouco mais hoje. Infelizmente, estou cansada demais para lidar com as palavras mesquinhas e exatas... sem a força do instante, duvido que retorne ao assunto; o que é pena. Espero ao menos que consiga transpor essa efemeridade. Talvez um sonho...

16 de set. de 2007

A História de Lilly Brown II



=À sala de estar=
Quero escrever um livro... um romance, isso! Com muitas fadas, criaturas mágicas, cristais de Lua cheia..a outra face da Lua... a outra face da Terra, a outra face do Homem!
Não acha um tanto quanto pretensioso de sua parte? (passe-me a champagne por favor..)
Por que da champagne? O que há de se comemorar hoje?
Sua liberdade, e a busca de sua paz, meu bem. (Duas taças de cristal à mão)
Liberdade? E quem ousa falar em liberdade?
Pois não pensa em escrever um livro? A arte do ofício é libertar-se desse chão, viajar em palavras e cada vez mais precisar das mesmas.
Claro, a comunicação é indispensavel, o homem é um ser social! (Ela era infalível com suas frases feitas, compradas em revistas de salão-de-beleza.)
Usar palavras para comunicar-se consigo, dissecar os morfemas psicossomáticos de si; Escrever é tecer pensamentos, relações com as quais muitas vezes nem o próprio texto está de acordo. É tornar físico, legível aquilo que se tem escuro e escuso na mente. E cada vez mais viciar-se no processo. É uma droga que liberta e aprisiona e salva. É o que você quer?
(Bebe um gole seco.)
Como você é enigmático, suas palavras são algo que nunca legível, seu texto não está de acordo com sua mente psicossomática e psicopata; você é um psicopata dos sentimentos alheios!
(Bebe um gole amargo.)
Eu só quero escrever um livro, livrinho, livreco que seja. Por mais que queira defini-lo ou minimizar-me, das minhas palavras tenho domínio e uso. Não é preciso ter, na sala de estar, uma biblioteca como o Real Gabinete de Literatura para saber organizar uma frase. E meus pensamentos estão agora bem de acordo comigo, com a NBG e com os gramaticos mais categóricos que não sabem agir em imperativo categórico. (Infalível como sempre!)
Não me venha com imperativo categórico! Você não sabe nada de imperativo categórico! Você é mais uma vida perdida desses palcos da Lapa que eu fiz o favor de acolher!
(Bebe o chão uma das taças em cacos.)
E quem poderia explicar aquele olhar de Lilly? Fera ferida, fêmea encurralada que crescia vermelha naquela biblioteca a girar de ira! Jurou nunca mais pisar naquele chão, pisou-lhe a rosa, cuspiu-lhe a boca, desceu a escadaria de mármore. Jurou não olhar para trás. Não resistiu. Ao alto, ele a olhava perplexo, talvez admirado, talvez a amasse mais naquele instante. Mas ela cerrou a porta, jurou cerrar os olhos, os olhos de ira...

[Cla Cavalin]

9 de set. de 2007

A História de Lilly Brown


Domingo de sol lindo maravilhoso, fomos dar um pulinho ali em niquite...companhia agradabilíssima, simpatia pura, diversão garantida..tocamos violão, fizemos churrasco, cantamos, sambamos.. uma paz, uma paz tão grande, taõ forte, tão dominadora;tão confortável em estar ali toda vestida em algodão, tão deliciosamente vivendo em alegria. Aquele sentimento preencheu durante toda a semana, gracioso.
Quem dera fosse pra sempre..mas a felicidade nunca é pra sempre.
talvez seja pra sempre...mas sempre não é todo dia.
A semana voa, voa, voa, mas não é pássaro, ela nos mantêm tão presos, presos, presos ao chão. Chão que alimenta a angústia humana. Chão que nos sustenta as esperanças. Chão que recebe as lágrimas e as dores do fracasso.
Fracasso?
Sim meu bem, e é melhor que seja assim...
Do contrário, teríamos no céu o(.) diabo(.) e na cova, o(s) deus(es). Para onde mirar? Traçar a curva no horizonte não é tarefa fácil sem se conhecer o norte.
Oh, por favor, já estou com dores de cabeça..
Perdão, querida, deixe tudo isso pra trás. Venha, eu lhe acompanho à sala de estar.

[Cla Cavalin]
imagem >> Frida Khalo