25 de jan. de 2008

Prazer, Cla Miranda

Fui à Santa Teresa. Disseram que voltei europeizada. Croché, sandalia de pano, colar de miçanga. Será que é gringa? Comprei o jornal e sentei na escada da Carioca. Ih-a-lá, a gringa tá lendo o Globo! O muleque, coitado, tentou me assaltar... só carrego papai e um chiclete velho no bolso e mamãe no coração. (Quem será o próximo a me roubar o coração?) Se ser gringo significa dar valor à cultura brasileira, mais do que à estadunidense, diga-se de passagem, sou gringa convicta.
Por outro lado, embora seja compreensível, é no mínimo inaceitável que a maioria dos brasileiros sequer conheça os cantinhos de suas origens; porque o que somos hoje é também o país que deixamos pra trás, deixamos de lado, deixamos de fora (exceto na época do carnaval, da copa, mas essa já é outra conversa...)
Não somos obrigados a gostar do país, mas temos sim a obrigação de conhecê-lo. Não com o culto ufanista-neo-nazista; mas o ceticismo crítico dessa bruzundanga. Brasileira-gringa de crochê e jornal debaixo do braço. Ordem e Progresso, Anauê! Fora, Lula!
.[Cla Cavalin].

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